Educação | 17/02/2018

CONVITE; A história real de um garoto que nasceu autista e que aprendeu a viver em dois mundos.

nicolas

A escritora Anita Brito percebeu logo após o nascimento de seu filho Nicolas que o menino apresentava um comportamento diferente do habitual para um bebê. “Nos primeiros meses achava ele muito calmo, mas não cheguei a suspeitar de autismo. Porém, pensei que algo pudesse estar errado”, explica.

 

Foi nessa época que teve início a batalha de Anita por um diagnóstico preciso e, consequentemente, por tratamentos e procedimentos de ajudassem no desenvolvimento de Nicolas. “A pediatra me disse que ele era lindo que eu era mãe de primeira viagem. Aos 4 meses e meio, começamos a dar comida e água, além do leite materno, e aí comecei a suspeitar ainda mais, pois ele gritava muito. Quando ele estava com 1 ano, eu já suspeitava de autismo. Ele não demonstrava interesse em sair de casa. Gostava da máquina de lavar e do ventilador. E gritava se fôssemos a algum lugar cheio”, diz a escritora. 

Obstinada por ver o filho bem, Anita buscou conhecimento sobre o assunto em todos os lugares que podia encontrar: consultórios, livros, artigos, redes sociais, amigos e ONGs. Aos poucos, foi se inteirando sobre o problema e, com sua ajuda, Nícolas foi tendo evolução. Aplicou métodos próprios, ajudava-o em exercícios e oferecia-lhe estímulos. Os movimentos repetitivos e a dificuldade de comunicação a deixavam mais angustiada. Por ter o hábito de ficar nas pontas dos pés, por muito tempo, Nícolas chegou a sofrer fraturas.

Mas essa dedicação teve resultados positivos. Nícolas saiu do grau severo do autismo para o moderado. Hoje, dentro de casa, ele é totalmente independente, relata Anita. Tem controle dos movimentos do corpo, aprendeu a esquentar sua própria comida, a tomar banho sozinho e a arrumar seu quarto. “Nícolas sonha em se casar e ter sua própria família”, conta Anita. Com a evolução que alcançou, a mãe considera o desejo totalmente viável. Na escola, passou por um processo complicado de sociabilização, mas hoje Nícolas já terminou o ensino médio e tem se dedicado à fotografia. “É a profissão que ele quer seguir.”